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https://repositoriobce.fepecs.edu.br/handle/123456789/1326
Tipo: | Dissertação |
Título: | Perfil cardiológico de pacientes oncológicos pediátricos tratados com antraciclinas |
Autor(es): | Guerra, Cristina Chaves dos Santos de |
Primeiro Orientador: | Almeida, Osório Luís Rangel de |
Segundo Orientador: | Sant’Ana, Geisa |
metadata.dc.contributor.referee1: | Amorim, Fábio Ferreira |
metadata.dc.contributor.referee2: | Magalhães, Isis Maria Quezado Soares |
metadata.dc.contributor.referee3: | Santana, Levy Aniceto |
Resumo: | Introdução: A incorporação dos quimioterápicos no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente após o emprego das antraciclinas, propiciou um aumento considerável na sobrevida desses pacientes, mas, ao mesmo tempo, houve um acréscimo significativo na morbimortalidade precoce devido aos efeitos colaterais sobre o sistema cardiovascular, principalmente relacionados à função ventricular. Objetivos: Identificar a incidência de complicações cardiovasculares e os fatores de risco associados ao tratamento com antraciclinas em pacientes oncológicos pediátricos. Método: Este estudo corresponde a uma coorte retrospectiva e foi realizado por meio de pesquisa e coleta de dados em prontuários físicos e/ou eletrônicos. Foram excluídos pacientes de ambos os sexos, com idade até 19 anos, portadores de doença neoplásica tratados com antraciclinas com início de tratamento entre 2014 e 2018 e conclusão até 10 de abril de 2020, sendo excluídos um total de 118 (26,57%) pacientes com informações incompletas no prontuário e migração para outro centro. As complicações cardiovasculares foram divididas em do G1 (Gerais) e do G2 (relacionadas à disfunção ventricular). Resultado: No período do estudo, 826 pacientes foram admitidos, dos quais 53,75% (n=444) tinham indicação terapêutica para uso de antraciclinas. Destes, 73,42% (n=326) incluídos e 26,57% (n=118) excluídos da análise. A média de idade ao diagnóstico foi de 6,85 anos com desvio padrão de 5,03, sendo 58,90% (n=192) do sexo masculino. Houve uma prevalência das leucemias em 51,23% (n=167). As complicações cardiovasculares do G1 ocorreram em 141 dos pacientes (43,25%), sendo a HAS a mais prevalente em 15,33% (n=50). As complicações cardiovasculares do G2 ocorreram em 25,76% dos pacientes (n=84). Os diuréticos foram as drogas cardiológicas mais utilizadas em 34,66% dos pacientes (n=113). Idade (p=0,070), sexo feminino (p=0,694), dose cumulativa (DC) maior que 250mg/m2 (p=0,305), e associação com outras drogas cardiotóxicas (ifosfamida e ciclofosfamida) e (p=0,051) e radioterapia mediastinal (p=0,566) não apresentaram associação significativa com complicações CV do G2. Os tipos de tumores foram: leucemias 51,23% (n=167); linfomas 17,48% (n=57); tumores renais 7,36% (n=24); sarcomas 7,36% (n=24); neuroblastomas 6,75% (n=22); osteosarcomas 6,44% (n=21); tumores hepáticos 2,15% (n=7) e outros tumores 1,23% (n= 4). O Dexrazoxano foi utilizado em 73 pacientes (22,39%) e destes as complicações do G2 ocorreram em 18 (24,6%). Dos que não usaram essa medicação, as complicações do G2 ocorreram em 66 pacientes (26,08%), respectivamente, o uso da Dexzaroxane não mostrou significância estatística para cardioproteção (Risco de Chance= 1,078 e [95% Intervalo de confiança= 0,591-1,968], p=0,806). Em relação à avaliação cardiológica, dos 326 pacientes, 2,45% (n=8) não realizaram ecocardiograma e, dos que o realizaram, 97,54% (n= 318), em 77,35% (n=246) o primeiro ecocardiograma foi realizado antes da primeira dose de antraciclinas. Na associação das complicações CV com idade, a insuficiência cardíaca congestiva com uso de drogas vasoativas foi associada a pacientes menores de 4 anos, e a disfunção sistólica do ventrículo esquerdo em crianças maiores de 10 anos de idade. Os óbitos ocorreram em 27,91% (n=91) dos pacientes; destes, 57,14% (n=52) eram do sexo masculino. A causa mais prevalente de óbito foi a recorrência e/ou progressão da doença em 62,63% (n=57), e por causas cardiovasculares o óbito ocorreu em 5,49% (n=5). Conclusões: No estudo as complicações cardiovasculares gerais foram mais frequentes, ocorreram em 43,25% (n=141) dos pacientes em comparação a alterações da função ventricular, que ocorreram em 25,76% (n=84) dos pacientes, denotando a necessidade dessas formas de apresentação de cardiotoxicidade também serem incluídas no planejamento das estratégias de monitoramento e prevenção. O estudo reforça o entendimento de que não existe dose segura de antraciclinas, uma vez que 73,31% (n=239) dos pacientes fizeram uso de doses de antraciclinas < 250mg/m2 e, mesmo assim, essas complicações ocorreram em 1 de cada 4 pacientes. |
Abstract: | Introduction: The incorporation of chemotherapeutics in the treatment of childhood and adolescent cancer, especially after the use of anthracyclines, considerably provided an increase in the survival of these patients, but, at the same time, there was a considerable increase in early morbidity and mortality due to the side effects provoked by these medications on the cardiovascular system, especially those related to the ventricular function. Objectives: To identify the incidence of cardiovascular complications and risk factors associated to treatment with anthracyclines in pediatric cancer patients. Method: This is study corresponds to a retrospective cohort carried out through research and data collection in physical and / or electronic medical records. Patients of both genders who were excluded, were aged up to 19, had neoplastic disease treated with anthracyclines with treatment beginning between 2014 and 2018 and whose completion had been by April 10, 2020 making a total of 118 (26.57%) patients being excluded with incomplete information in the medical record and migration to another center. Cardiovascular complications were divided into G1 (General) and G2 (related to ventricular dysfunction). Result: During the study period, 826 patients were admitted, of which 53.75% (n=444) had a therapeutic indication for the use of anthracyclines. Of these, 73.42% (n = 326) were included and 26.57% (n=118) were excluded from the analysis. The average age at diagnosis was 6.85, with a standard deviation of 5.03 out of which 58.90% (n=192) were male. There was a prevalence of leukemias in 51.23% (n = 167). G1 cardiovascular complications occurred in 141 of the patients (43.25%), with SAH being the most prevalent in 15,33% (n=50). Cardiovascular complications of G2 occurred in 25.76% of the patients (n = 84). Diuretics were the most widely prescribed cardiological drugs in 34.66% of the patients (n = 113). Age (p=0.070), female (p=0.694), cumulative dose (CD) greater than 250mg/m2 (p=0.305), and association with other cardiotoxic drugs (ifosfamide and cyclophosphamide) and (p=0.051) and mediastinal radiotherapy (p=0.566) showed no significant association with CV complications in G2. The types of tumors were: leukemias 51.23% (n=167), lymphomas 17.48% (n=57), kidney tumors 7.36% (n=24), Sarcomas 7.36% (n=24) , neuroblastomas 6.75% (n=22), osteosarcomas 6.44% (n=21), liver tumors 2.15% (n=7) and other tumors 1.23% (n=4). Dexrazoxane was used in 73 patients (22; 39%), of these, G2 complications occurred in 18 (24.6%). Of those who did not use this medication, G2 complications occurred in 66 patients (26.08%), respectively, the use of Dexzaroxane did not show statistical significance for cardioprotection (Risk of Chance = 1.078 and [95%=Confidence Interval = 0.591-1.968], p=0.806). Regarding the cardiac evaluation, of the 326 patients 2.45% (n=8) did not undergo echocardiography and of those who underwent 97.54% (n=318) in 77.35% (n=246) the first echocardiogram was performed before the first dose of anthracyclines. In the association of CV complications with age, congestive heart failure with the use of vasoactive drugs was associated with patients under 4 years of age and with left ventricular systolic dysfunction in children over 10 years of age. Deaths occurred in 27.91% (n=91) of patients; of these, 57.14% (n=52) were male, and the most prevalent cause of death was the recurrence and/or progression of the disease in 62.63% (n=57) due to cardiovascular causes occurred in 5.49% (n=5). Conclusion: In the study, general cardiovascular complications were more frequent. They occurred in 43,25% (n=141) of patients compared to changes in ventricular function that occurred in 25.76% (n=84) of patients, denoting the need for these forms of presentation of cardiotoxicity to also be included in the planning of monitoring and prevention strategies. The study reinforces the understanding that there is no safe dose of anthracyclines, since 73.31% (n=239) of the patients used anthracycline doses <250mg/m2 and even so, these complications occurred in 1 out of 4 patients. |
Palavras-chave: | Cardiotoxicidade Antraciclinas Neoplasias Tratamento farmacológico Pacientes oncológicos pediátricos |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Escola Superior de Ciências da Saúde |
Sigla da Instituição: | ESCS |
Departamento: | Coordenação do Curso de Pós-graduação e Extensão |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde |
Citação: | GUERRA, Cristina Chaves dos Santos de. Perfil cardiológico de pacientes oncológicos pediátricos tratados com antraciclinas. Orientador: Osório Luís Rangel de Almeida. 2021. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Escola Superior de Ciências da Saúde, Brasília, DF, 2021. |
Tipo de Acesso: | Acesso Embargado |
URI: | https://repositorio.fepecs.edu.br:8443/handle/123456789/1326 |
Data do documento: | 1-jun-2021 |
Aparece nas coleções: | Programa Ciências da Saúde (MACS) |
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